Monday, May 22, 2006

Cores do mundo

Sentimento em mim


"Mundo, mundo vasto mundo
se eu mem chamasse Raimundo,
seria uma rima,
não uma soluçao.
Mundo , mundo vasto mundo
mais vasto é o meu coraçao."
(Carlos Drummondde Andrade)

Tema martelante



O tema "inocência" está meio'"martelante" em meu cérebro no momento... por varias situções e bate-papos q venho tendo, e q nao vêm ao caso. Me peguei lembrando de uma crônica de um livro do Sabino q vale pelo livro todo. Essa crônica me traz de volta a realidade...

A última crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


(Texto extraído do livro "A Companheira de Viagem", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1965, pág. 174. )

Assim eu quereria a vida: q fosse pura como esse sorriso. ;-)

Wednesday, May 17, 2006

Saturday, May 13, 2006

Troque de sapato, jogue o velho fora


MUDE... mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros, Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias. Tente o novo todo dia. o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. a nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares. Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias. Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus. Mude. Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda ! Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!!

Tuesday, May 09, 2006

A grande sacada em ser ridículo é rir de si mesmo

Somos ridículos, às vezes, e se nao rirmos de nós mesmos e com quem nos faz rir de nós mesmos, como vamos resolver coisas mil? O negócio é encarar tudo de frente...


A idiotice é vital para a felicidade.Gente chata essa que quer ser séria , profunda e visceral sempre. Putz ! Avida já é um caos, porque fazermos dela, ainda por cima, um tratado?Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes,separações, dores e afins.No dia a dia, pelo amor de Deus, seja um idiota!Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em voce. Ignore o que o boçal do seu chefe disse.Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia , todos os dias , inseparavelmente é ele. Pobre dele.Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice.Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto!!Quem disse que é bom divirdirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? hahahahaha....!Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um final de semana? Quanto tempo faz que voce não vai ao cinema?Ë bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar ?Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Voce quer? Espero que não.Tudo que é mais dificil é mais gostoso, mas ... a realidade já é dura; piora se for densa.Dura , densa e bem ruim... Brincar é legal. Entendeu?Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda.Adultos podem ( e devem ) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não"realmente aceitável.Teste a teoria. Uma semaninha , para começar.Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.Acorde de manhã e decida entre duas coisas: Ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir .Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração !Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora ?A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche...

Arnaldo Jabor

Tuesday, May 02, 2006

I'm so sorry


But I'm really, really busy.

You can reach me if you have arms for that, you can see me if you have special lenses, you can touch my soul if you have the right speech. You might even be in my thoughts.

But I'm busy by now.