Friday, September 15, 2006

Poxa vida...

Eu sempre tive a impressão, e tenho até hoje, de que você pode viver anos na Holanda sem precisar aprender neerlandês (o dutch), já que quase todo mundo fala inglês com você. E se você sabe o dutch, não interessa. Seu sotaque vai lhe entregar, e aí eles são ligados na tecla SAP e vão falar em inglês com você.
Bom, as coisas andaram mudando por aqui, politicamente falando, e novas regras são agora aplicadas a estrangeiros que decidam viver aqui. Eles têm que saber tudo de Holanda e dizem meus amigos dutch que mesmo eles, se fossem submetidos ao tal teste obrigatório de integração cultural, provavelmente seriam reprovados tamanha a especificidade. Independente da obrigatoriedade, não vou discutí-la aqui, até por que graças a Deus não estou incluída no grupo dos "obrigados" (ainda não), pego-me, às vezes, sentindo uma certa necessidade de aprender a língua gutural. Eu moro aqui. Não é por nada, você sempre se sentirá um estrangeiro, ou melhor, brasileiro, mas de alguma maneira estou fazendo parte deste lugar. E por isto gostaria de aprender, afinal, nunca é demais. Mesmo se tratando de uma língua falada... aqui. rs Mas três situações ocorreram comigo, a última delas hoje no supermercado, e por isto o post. Uma delas nos nibus e trens, quando algumas pessoas de idade puxam conversa comigo. Com uma carinha super simpática! Imagino que estejam falando de alguma bobagenzinha gostosa de se jogar conversa fora... e eu digo "I'm so sorry..." Uma outra com crianças. Eles começam com inglês aos 11, 12 anos, então, eu não posso brincar com as coisas fofas por que elas não me entendem... outro dia a filha de um amigo meu se esgüelou de falar comigo, eu de costas, sem a mínima noção de que ela estava tentando chamar a minha ateçao, até que outro amigo disse a ela: 'ela fala inglês...' que dureza!
Mas hoje foi fatal. No caixa do supermercado, uma pessoa em cadeira de rodas disse-me alguma coisa que entendi, entendi não, deduzi ser pedir licença para passar. E educadamente dei passagem. Rapidamente uma moça que estava ao meu lado começou a ajudar a pessoa a colocar as compras no caixa para serem pagas. Que mico! Que vergonha! Que deficiência a minha.

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