ando devagar porque já tive pressa

Eu não prefiro ser uma metamorfose ambulante. Mas sou.
Ter aquela velha opinião formada sobre tudo seria mais fácil, mais mediocre. Porém mais fácil.
Já morei em tanta casa que nem me lembro mais. Quero dizer, lembro-me. E bem. Tudo que vi, que vivi, as pessoinhas que se foram por outros caminhos que não o meu (ou fui eu que tomei outros rumos?)... Devo dizer que é complicado deixar um pouco de sua vida pra trás. Reagi de diferentes maneiras no decorrer dos anos. Aos 15 fiquei maluca e deixei minha família louca. Bem, eles não ficaram loucos apesar de minhas várias tentativas! rs Depois aos quase 20 foi tudo um pouco mais normal, vida nova, indo pra faculdade. Aos 20 e poucos, fantástico! Ganhar o mundo com um diploma na mão e várias ilusões. E aos 30 no mundo real, perdidas as ilusões (the naive ones) sinto que o mundo é conquistado e sei que ele é o que você carrega em si. Assim sendo, o melhor lugar do mundo (ou o pior, façam suas escolhas!) é aqui.
Às vezes, vejo-me como espectadora, não é sempre que estou no palco. Não sei ainda bem ao certo como equilibrar essa coisa de palco/platéia ainda... mas chego lá! E como platéia sou ainda pior, pois ainda faço papel de crítica. Mas pelas ruas onde andei, aprendi cedo a fazer da crítica algo que faça algo pra alguma coisa. Ao menos faço esse o meu olhar. Ou tento.
É difícil ser platéia. Da vida. Porque por mais que queira interferir (que direito você tem?) é a vida. E é bonita, é bonita... E bonitos são os encontros. E bonitas são, quando bem construídas, as despedidas. Sempre tristes. Inevitáveis se lhes chegou o momento. Quando se tem esta percepção divina de que outro alguém é aquele certo alguém e, de alguma maneira, isso não funcionou bem, importante é que fique tudo bem claro. Isso é importante.
No mais, como diz aquela canção linda... "penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocanto em frente. Cada um de nós compõe a sua história e cada ser, em si, carrega o dom de ser capaz. E ser feliz."